TRT10 adota sistema de áudio em pregão

A partir de agora, os pregões do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10) também contarão com convocações por sistema de áudio, além da pauta digital, nos casos em que uma das partes não tenha comparecido à sala de audiência. A mudança atende pedido da OAB/DF e da Associação dos Advogados Trabalhistas do Distrito Federal (AATDF), formulado em 15 de maio, no qual defendem “maior segurança para advogados e jurisdicionados”.

De acordo com o ofício encaminhado ao TRT e assinado pelo presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, e pelo presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas (AATDF), Carlucio Coelho, a adoção de monitores para acompanhar o fluxo da pauta do dia foi uma boa iniciativa, mas não pode ser o único meio utilizado, uma vez que a consulta é feita tanto por advogados quanto pelos jurisdicionados. Ainda há de pensar nos reclamantes analfabetos, o que inviabiliza a consulta nesses monitores, além do risco de as partes ou os advogados sofrerem alguma limitação visual.

“Diante disso, solicitamos que as convocações para as audiências sejam feitas por meio dos monitores, porém, caso uma das partes não compareça, que seja feito o pregão através do sistema de áudio do Tribunal”, solicita o ofício.

O presidente da Associação de Advogados Trabalhistas, Carlucio Coelho, acredita que é uma recomendação importante. “Essa medida é fundamental porque existem reclamantes com limitações na visão e pessoas que não estão acostumadas com o pregão visual eletrônico. E, além do mais, a própria lei determina que o pregão seja feito por áudio. Então, não é apenas sobre esses aspectos práticos, mas do ponto de vista legal também”, explicou.

Diante desses argumentos, a proposta foi aceita pela presidente do TRT 10ª Região, desembargadora Maria Regina Machado Guimarães, que enviou um ofício de recomendação da determinação para a secretaria de corregedoria do órgão a fim de que as varas trabalhistas do Distrito Federal adotem a medida. Confira a íntegra do documento.

O conselheiro Seccional e 1º Secretário da AATDF, Marcone Guimarães Vieira, informa que algumas Varas têm utilizado o sistema de áudio concomitante à pauta digital, mas que a recomendação do TRT refere-se apenas ao uso caso uma das partes não compareça à sala de audiência . O Foro Trabalhistas de Taguatinga dispõe apenas do sistema de áudio.

ATENÇÃO: suspensa segunda fase do Exame de Ordem

A aplicação da segunda fase do XXV Exame de Ordem Unificado, prevista para este domingo (27), foi suspensa. O comunicado foi feito pela Comissão Nacional do Exame de Ordem Unificado na noite desta quinta-feira (24), em razão da greve dos caminhoneiros pelas principais vias e rodovias do país. O novo cronograma de aplicação da prova será divulgado, em breve, por e-mail e no site da OAB.

De acordo com o comunicado emitido pela coordenação, não há condições de logística para a entrega e aplicação das provas de forma uniforme, com segurança, sigilo e eficiência em todo o território nacional, conforme certificado pela Fundação Getúlio Vargas — banca responsável pela produção do exame. “Está SUSPENSA a aplicação da prova a fim de preservar a segurança e o deslocamento dos examinandos, em razão das manifestações ocorridas nos últimos dias que acarretaram no bloqueio de rodovias estaduais e federais no país”, diz o comunicado.

OAB/DF cobra providências de Procon/DF acerca do preço dos combustíveis

Em razão do aumento ilícito e abusivo do preço do valor do litro da gasolina, a OAB encaminhou ofício de repúdio, nesta quinta-feira (24), à diretora do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), Ivoneide Souza Machado, e à Divisão de Defesa do Consumidor (Dicon). O documento também repudia a atitude dos empresários em negar a emissão de notas fiscais. De acordo com o ofício, a ação infringe diretamente o Código de Defesa do Consumidor.

Para a Ordem, a prática de aumentar os valores devido à demanda, em razão da greve dos caminhoneiros, “confronta diretamente os direitos básicos do consumidor, que está em situação de vulnerabilidade ante a prática ilícita dos empresários. A sociedade depende do combustível no seu cotidiano e acaba sendo compelida a pagar o valor imposto pelos revendedores para não comprometer suas atividades diárias. Constitui crime [a não emissão da nota fiscal] contra a ordem tributária, nos termos do artigo 1º, inciso V, da Lei n.º 8.137/90”.

Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, destaca no ofício que a entidade deve se erguer contra a prática abusiva, além de adotar as medidas necessárias para a fiscalização dos valores dos combustíveis nos postos revendedores, se colocando à disposição para atuar em conjunto de forma a dirimir a conduta lesiva. “Esta Seccional reforça o seu papel institucional de defesa da sociedade brasiliense, e na proteção dos direitos do consumidor, repudiando qualquer prática abusiva que venha a ser dirigida aos consumidores do Distrito Federal”.

Vinicius Fonseca, vice-presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/DF, argumenta que o país está passando por um momento de crise e os caminhoneiros estão sendo apoiados pela população, “entretanto os empresários estão se aproveitando desse momento de calamidade para aumentar os preços. Isso de fato é uma conduta ilegal, conforme o Código de Defesa do Consumidor e as Ordens Econômica e Tributária. A OAB vai se posicionar e fazer essas cobranças às entidades de defesa do consumidor para que esse abuso por parte dos empresários não ocorra”.

Marcelo Ribeiro debate temas polêmicos do Direito Eleitoral

A Seccional da OAB do Distrito Federal recebeu, na noite desta quarta-feira (23), o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o advogado Marcelo Ribeiro, para palestrar sobre as eleições deste ano e temas polêmicos do Direito Eleitoral. O evento, que corresponde à 16ª reunião ordinária da Comissão de Direito Eleitoral, contou com a participação do presidente da comissão, Bruno Rangel, e das integrantes Iara Bastos e Bianca Gonçalves.

De acordo com Bruno Rangel, é uma oportunidade única ter a presença do ex-ministro para palestrar depois de ter passado pelo TSE por quatro biênios e compreender bem do assunto. “Há muita insegurança jurídica em relação a diversos aspectos relacionados às eleições deste ano, razão pela qual foi importante para a comissão receber na reunião o ex-ministro e atual advogado Marcelo Ribeiro, que tem aproximadamente 30 anos de experiência na advocacia eleitoral e se dispôs a vir compartilhar conosco seu vasto conhecimento na área”, afirmou.

O ex-ministro abordou alguns assuntos que são polêmicos no seu ponto de vista, como a fidelidade partidária, a ficha limpa e o papel do Poder Judiciário. De acordo com ele, o ativismo judicial é uma consequência de fatos porque “representa uma série de circunstâncias que levaram a isso. Não é somente que o Judiciário quis invadir o Legislativo, esse último se enfraqueceu e começou a provocar o Judiciário para que interviesse nas discussões do Legislativo, por isso veio o que chamam hoje de ativismo do Judiciário”, explicou Ribeiro.

Para Bruno Rangel, trazer à tona essas questões polêmicas é importante porque “para que a gente entenda bem o presente e consiga planejar o futuro. Os relatos do ex-ministro são fundamentais porque a gente consegue entender como as coisas aconteceram e evoluíram para chegar no que temos hoje”, disse.

Marcelo Ribeiro ressaltou que o momento que o país está passando é uma mudança de hábitos que não existia há mais de 20 anos. “É importante trazer esses pontos polêmicos porque é o que o Brasil está vivendo hoje e representa uma mudança de postura. As pessoas mais novas acham que sempre foi assim, mas, não. Temos que chegar no equilíbrio, porque o que temos hoje é exatamente o oposto do que era há 25 anos”.

Ao final da palestra, foi aberto um momento para que o público pudesse fazer comentários e perguntas a respeito do que foi dito.

OAB/DF realiza ciclo de palestras sobre Direito de Pessoas Autistas na Rede de Educação do DF

Nesta semana, nos dias 21 e 22 de maio, a OAB/DF discutiu os Direitos das pessoas autistas na rede de educação do Distrito Federal, em ciclo de palestras promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Autista. Na segunda-feira (21), o encontro recebeu a pedagoga e ativista pela neurodiversidade Rita Louzeiro, que mostrou ao público a importância da inclusão nas salas de aula.

“É muito bom saber que essa visão está chegando na sala de aula, porque a vida inteira vi meu irmão passando de sala de aula em sala de aula sendo taxado como louco, como doente, como uma pessoa que precisa cada vez mais de remédios e sendo cada vez mais excluído desse espaço que vocês trabalham, que é a escola”, desabafou Rita.

Histórico

Em seguida a secretária-geral da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Autista, Idalva Fernandes, trouxe a questão do período histórico da humanidade quanto ao tratamento dispensado às pessoas com deficiência, levando em consideração a era dos nômades, que precisavam caminhar em busca de suprimentos para sobrevivência.

“Se aquele local não conseguia mais prover a sua sobrevivência, eles se mudavam. Era muito difícil proteger o grupo dos animais selvagens e predadores, carregando uma pessoa com deficiência. Então, muitas das vezes, as pessoas eram abandonadas ou eram mortas”, contou Idalva.

Dando continuidade ao período histórico, o ciclo de palestras relembrou a Conferência Mundial de Educação Especial, de 1994, que foi marcada com uma declaração feita pelos seus delegados. A Declaração de Salamanca declara o compromisso com a educação para todos, reconhecendo a necessidade e urgência da educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.

A presidente e o vice-presidente da Comissão Defesa dos Direitos da Pessoa Autista, Adriana Monteiro e Paulo Guanabara, respectivamente, discutiram a trajetória do Direito da pessoa autista, partindo da declaração de Salamanca.   

“A convenção de Salamanca vem com todo esse olhar ao indivíduo. Ela prima pelo indivíduo e  pela necessidade. A Convenção de Salamanca abarca e realmente trata a inclusão assim como um todo e o Brasil é assinante dessa convenção, é obrigado a obedecer essa convenção”, declarou Adriana.

Já Paulo Guanabara declarou que “a Convenção de Salamanca é o barco maior sobre a inclusão sobre todos os aspectos. A ideia central é a educação da pessoa com deficiência. Essa é a melhor forma de criar uma sociedade”, o vice-presidente concluiu afirmando que não é o deficiente que tem que se adaptar à sociedade, é a sociedade que tem que se adaptar ao deficiente.

No segundo dia do ciclo de palestras, a autista ativista e arte educadora Amanda de Sá Paschoal apontou pontos que fazem da educação, ainda hoje, não ser inclusiva. Salas de aula com muita cor ou por vezes sem cor são fatores que incomodam a pessoa autista. Outro ponto levantado pela Amanda é a liberdade em que todos devem ter. “Autonomia significa tomar decisões livres de coerção, capacidade de exercer a moralidade da autolegislação, é um direito humano.”

Durante o ciclo foram debatidos temas como Capacitismo e Neurodiversidade; Autismo e Direitos (Convenções Internacionais, Lei Brasileira de Inclusão, Leis do Autismo Federal e Distrital); Acessibilidade e Direito de Aprender; Direito de ter uma escola consciente: Gestores, Professores e Conselho Escolar – Rede e Funcionamento. 

Também participaram do ciclo de palestras as educadoras da rede pública do DF, Mara Rúbia e Márcia Cristina e o membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Autista, Emanuel Mauricio.

OAB/DF pede suspensão dos prazos, audiências e sessões de julgamento

Em razão do caos instalado na cidade por conta da greve dos caminhoneiros e dos bloqueios de estradas e vias de acesso, a Seccional requereu, nesta quinta-feira (24), aos tribunais do DF a suspensão dos prazos, audiências e sessões de julgamento até a regularização da situação relatada. O documento foi enviado aos presidentes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e do Tribunal Regional do Trabalho – 10ª Região (TRT10).

A OAB/DF ainda solicitou aos diretores dos presídios do Complexo Penitenciário da Papuda e da Penitenciária Feminina do Distrito Federal – Colmeia que tenham tolerância com possíveis atrasos da advocacia aos agendamentos de visitas aos internos e internas.

Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, destaca que a medida é preventiva e que busca resguardar as prerrogativas da classe. “Buscamos sempre facilitar o dia a dia tão corrido da advocacia. Tal medida visa garantir o acesso à justiça, resguardar as prerrogativas dos advogados, bem como salvaguardar o direito do jurisdicionado”.

“Advocacia é coragem”, Luís Carlos Martins Alves Junior

O paraninfo e procurador da Fazenda Nacional Luís Carlos Martins Alves Junior enfatizou durante solenidade de entrega de carteiras, nesta quarta-feira (23), que “advocacia é coragem”. Em seu discurso, ele abordou o advogado e o Estado de Direito. Para o procurador, “o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa não devem ceder jamais ao arbítrio do poder”.

“Nós advogados somos sentinelas do Direito, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Ser advogado, exercer a advocacia, consiste em ser, não raras vezes, o único escudo de proteção dos investigados, dos acusados, dos réus e dos condenados. Isso significa que ao aceitar o patrocínio de uma causa, o advogado deve agir com coragem e desassombro”, enfatizou o paraninfo Alves Junior.

Representando a presidência da OAB/DF, o secretário-geral Jacques Veloso saudou. “Essa casa, a Ordem dos Advogados do Brasil, sempre foi protagonista desse momento que vocês estão vivenciando. Ela é feita por nós. Venham e participem ao máximo do que ofertamos”.

A oradora da turma Kamylla Rauanny Dias Florêncio disse que a qualidade de um profissional da advocacia que mais se destaca para que ele alcance o sucesso é a perseverança. “Perseverança é o ato de conquistar seus objetivos devido ao fato de manter-se firme e fiel a seus ideais e propósitos”, argumentou. “Somente com garra, coragem, força e muita vontade de crescer é que venceremos esse início cheio de dificuldades. Não tem outra fórmula, só é possível começar do começo”.

Compuseram a mesa da solenidade o secretário-geral da OAB/DF, Jacques Veloso; o secretário-geral adjunto, Cleber Lopes; o presidente da CAADF, Ricardo Peres; os conselheiros Seccionais Ildecer Amorim, Ewan Teles, Mauricio Correa da Veiga, Erich Endrillo; o presidente da Subseção da Ceilândia, Edmilson Menezes; a secretária-geral adjunta da Subseção do Núcleo Bandeirante, Nilvânia do Prado; a vice-presidente e o secretário-geral do Conselho Jovem da OAB/DF, Marcela Furst e Emmanuel Sales e o membro do Tribunal de Ética e Disciplina Getulio Novaes Frota.

Em palestra, juiz federal aborda boas práticas no JEF

A Seccional do DF recebeu, na noite desta terça-feira (22), o juiz federal do Tribunal Regional Federal Alexandre Jorge Laranjeira para palestrar sobre a atuação do advogado no Juizado Especial Federal (JEF). O evento ocorreu no Plenário José Gerardo Grossi, na sede da Seccional (516 Norte), e contou com a participação da conselheira Hellen Falcão e do diretor tesoureiro da OAB/DF, Antonio Alves. Durante a palestra, o juiz Alexandre Laranjeira trouxe tópicos de como deve ser a atuação do advogado no JEF, o funcionamento e o futuro dos processos eletrônicos (PJ-e e e-PROC).

Durante a abertura, Antonio Alves ressaltou a importância do assunto para os profissionais da advocacia. “Imagino que esse tema seja do mais absoluto interesse de todos. A OAB desempenha o papel de tentar aproximar os advogados do Processo Judicial Eletrônico, que parece pesadelo, mas é necessário. Espero que vocês aproveitem a palestra”.

Em seguida, a palavra foi passada para Hellen Falcão, que explicou de onde surgiu a ideia de promover esse debate entre o juiz e os advogados. “A realização desse evento se deu por conta de uma reunião que tive com o dr. Alexandre em que conversamos sobre o peticionamento na JEF e sobre alguns problemas que ele estava encarando por causa da formação e da instrução do advogado ao peticionar. Estamos aqui com a intenção de fazer uma boa instrução processual para vocês, sobretudo a respeito desses sistemas eletrônicos que não temos tanta familiaridade. Espero que vocês aproveitem essas informações”.

O juiz Alexandre Laranjeira começou a palestra ao dizer que tanto a advocacia quanto a magistratura têm “objetivos comuns, assim como a sociedade brasileira tem com relação ao Judiciário. O nosso objetivo é fazer com que a prestação jurisdicional seja entregue de forma eficiente e rápida e, para isso, precisamos adotar algumas práticas”. Um dos pontos destacados pelo juiz foi a necessidade de o advogado ser claro, objetivo e conciso ao redigir uma petição porque, caso contrário, “o documento corre o risco de sequer ser lido pelo juiz”.

Outro ponto que o palestrante alertou foi a respeito de informações verídicas em uma petição. Para ele, os juízes usam a Internet para checar o conteúdo que está no documento e, portanto, “não vale a pena colocar numa petição uma jurisprudência vencida porque mais cedo ou mais tarde ela vai ser checada”. Por fim, Laranjeira disse que acredita que o futuro da jurisdição é o processo eletrônico. De acordo com ele, a produtividade do PJ-e é de cinco a 10 vezes maior que a do processo físico. Para ele, apesar da boa funcionalidade do programa, é necessário que ele seja bem empregado e bem desenvolvido para obter resultados positivos.

Ao final da palestra, a mesa abriu um momento para que o público pudesse interagir com perguntas e comentários a respeito do assunto.