OAB/DF realiza V Encontro Aduaneiro

Para debater as questões aduaneiras e de comércio exterior, as Comissões de Assuntos e Reforma Tributária e de Direito Internacional realizaram o V Encontro Aduaneiro da OAB/DF, na sexta-feira (29). O evento também foi inovador por contar com a criação da Comissão de Direito Aduaneiro, que será presidida pelo conselheiro Seccional Manuel Arruda.

O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, ressaltou que a criação da Comissão vem em boa hora, pois o DF é promissor em crescimento. “Acho que aqui temos um campo amplo para as atividades empresariais serem desenvolvidas, e a viabilização do correto trato no Direito Aduaneiro no Distrito Federal, ao meu entender, é algo que não podemos abrir mão”.

Durante a abertura do encontro, o presidente da Comissão de Assuntos e Reforma Tributária, Erich Endrillo, contou que esta edição tem um sabor diferenciado porque além de serem debatidos temas relevantes em relação a matéria aduaneira, ocorre a separação e a criação da nova Comissão. “Entendemos que trata-se de uma cisão para que a ciência aduaneira possa evoluir, mas sempre estará em contato com a Comissão de Direito Tributário. Hoje trouxemos palestrantes do mais alto nível, propiciando ao público uma maior experiência na matéria, uma vez que a cada dia o Brasil passa a ter mais relações com outros países”, afirmou.

Jacques Veloso de Melo, secretário-geral da Seccional, ressaltou que hoje foi o pontapé inicial dos trabalhos da recém criada Comissão de Direito Aduaneiro. “Temos a confiança de que esta Comissão fará um excelente trabalho em prol da advocacia e da sociedade, principalmente em razão da qualidade da diretoria e dos membros que foram nesta data empossados”, afirmou.

O recém empossado presidente da Comissão de Direito Aduaneiro, Manoel Arruda, ressaltou que essa Comissão trará o reconhecimento da advocacia aduaneira. “Essa conquista irá viabilizar a discussão dos mecanismos de facilitação do comércio exterior, com o objetivo de afastar os entraves jurídicos que, infelizmente, permeiam as relações entre o empresário, Estado e players internacionais”, afirmou.

O evento contou também com uma homenagem ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, em agradecimento ao apoio e contribuição para especialização de varas dos Tribunais Regionais Federais que muito contribuirão para a melhor apreciação das questões relevantes do Direito Aduaneiro. Costa Couto ressaltou que a homenagem se dá pela coragem com que o ministro defende os interesses da advocacia junto ao STJ.

Ao ser homenageado, o ministro Campbell se disse lisonjeado. “O nosso produto é prestar jurisdição e a jurisdição só será prestada a contento se nós, juízes, tivermos a humildade e a coragem de estudarmos a cada instante que um tema como este surja”, observou.

Confira a abertura do evento.
Confira os painéis do evento.

V Encontro Aduaneiro: confira os painéis

Para debater as questões aduaneiras e de comércio exterior, as Comissões de Assuntos e Reforma Tributária e de Direito Internacional realizaram o V Encontro Aduaneiro da OAB/DF na sexta-feira (29).

Durante a abertura do encontro, o presidente da Comissão de Assuntos e Reforma Tributária, Erich Endrillo, contou que esta edição tem um sabor diferenciado porque além de serem debatidos temas relevantes em relação a matéria aduaneira, ocorre a separação e a criação da nova Comissão. “Entendemos que trata-se de uma cisão para que a ciência aduaneira possa evoluir, mas sempre estará em contato com a Comissão de Direito Tributário. Hoje trouxemos palestrantes do mais alto nível, propiciando ao público uma maior experiência na matéria, uma vez que a cada dia o Brasil passa a ter relações com outros países”, afirmou.

O painel I teve como presidente de mesa Augusto Fauvel, presidente da Comissão de Direito Aduaneiro da OAB de São Paulo, e tratou sobre a criação das varas especializadas em comércio internacional e direito da concorrência, matéria aduaneiras. As integrantes da Comissão de Direito Aduaneiro, Judith do Amaral Marcondes Armando e Susy Hoffman também palestraram neste painel. Susy falou a respeito do balanço sobre os julgamentos relativos à interposição fraudulenta no CARF e Judith sobre a autonomia do Direito Aduaneiro.

No painel II, que teve como presidente de mesa o conselheiro seccional Erich Endrillo, Cesar Olivier Dalston tratou dos despachos homologatórios, das soluções de consulta e de divergência no âmbito da classificação de mercadorias ao longo do tempo, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo debateu a definição do local de importação e exportação para fins de incidência do PIS/COFINS.

José Dutra foi o presidente de mesa do painel III. Nele, Solon Sehn falou sobre a subvaloração e subfaturamento; Mara Sifuentes abordou a aplicação dos acordos internacionais sobre a origem de mercadorias; Liziane Meira trouxe os aspectos aduaneiros das relações comerciais Brasil-China e Augusto Fauvel tratou da importância das varas de comércio internacional e a concorrência.

Por fim, o painel IV trouxe o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), José Di Bella Filho, para falar dos terminais portuários brasileiros e Rodolfo Tamanaha mostrou os desafios do direito aduaneiro diante da economia digital. Halph Luiggi Monico Rosa presidiu a mesa dos trabalhos.

Confira a abertura do evento.

Confira os principais acontecimentos do evento.

 

Abertura do V Encontro Aduaneiro

 

Para debater as questões aduaneiras e de comércio exterior, as Comissões de Assuntos e Reforma Tributária e de Direito Internacional realizaram o V Encontro Aduaneiro da OAB/DF, na sexta-feira (29).

Durante a abertura do encontro, o presidente da Comissão de Assuntos e Reforma Tributária, Erich Endrillo, contou que esta edição tem um sabor diferenciado porque além de serem debatidos temas relevantes em relação a matéria aduaneira, ocorre a separação e a criação da nova Comissão. “Entendemos que trata-se de uma cisão para que a ciência aduaneira possa evoluir, mas sempre estará em contato com a Comissão de Direito Tributário. Hoje trouxemos palestrantes do mais alto nível, propiciando ao público uma maior experiência na matéria, uma vez que a cada dia o Brasil passa a ter relações com outros países”, afirmou.

A organizadora do evento, Judith do Amaral Marcondes Armando, foi palestrante do primeiro painel sobre Direito Aduaneiro. A economista iniciou sua explanação contando sobre a evolução do Direito Aduaneiro, mencionando que é um ramo autônomo do conhecimento e que não deve ser confundindo com o Direito Tributário, Internacional ou Econômico. “O Direito Tributário evoluiu no sentido de legitimar a posse sobre o que é do outro, fazendo com que o tributo seja reconhecido como um dos aspectos da solidariedade e da racionalidade econômica. O Direito Aduaneiro envolve muitos outros aspectos não tributários que devem ser valores protegidos”, afirmou.

Liziane Meira, conselheira do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), esclareceu que as relações de Comércio Internacional são muito profícuas. “A China depende de insumos e de produtos do setor agropecuário, dos quais o Brasil é grande produtor e exportador. Além disso, a China está disposta a investir 20 bilhões no Brasil no próximo ano, o que é essencial para o país, especialmente em tempos de crise”.

Rodrigo Pôssas, presidente substituto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), comentou que a OAB/DF participa da escolha dos conselheiros representantes dos contribuintes. “A OAB/DF está sendo co-responsável para escolha de nossos conselheiros. Estamos buscando cumprir nossa missão que é julgar com imparcialidade e celeridade. Estamos modernizando nossos projetos de trabalho. É um novo Carf”, afirmou.

Ronaldo Lázaro Medina, subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, trouxe dados recentes sobre as instituições aduaneiras do Brasil. “Depois de muitos anos de relativo isolamento internacional do Brasil restrito ao Mercosul, nós estamos assistindo uma empreitada muito robusta de negociações internacionais. No âmbito do Mercosul houveram mudanças que permitiram uma reconfiguração do Mercosul e a retomada das negociações internacionais com a União Europeia, México e outros países. Uma série de negociações internacionais estão em curso com repercussões profundas no mercado aduaneiro”. Por fim, Medina afirmou que esses acordos geram um grande ganho para o futuro do país.

Alexander Andrade Leite, vice-presidente do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais (TARF), afirmou que eventos desta natureza são sempre muito proveitosos e relembrou que já esteve em eventos anteriores, dos quais saiu renovado. “É uma honra para todos nós fazer parte do evento”, agradeceu em seu nome e em nome do TARF.

Manoel Arruda, conselheiro e presidente da Comissão de Direito Aduaneiro, observou que essa parceria entre a OAB/DF e o Carf começou em 2013 com as ações populares e desde então a Seccional assumiu a responsabilidade com a defesa dos conselheiros. “Essa conquista irá viabilizar a discussão dos mecanismos de facilitação do comércio exterior, com o objetivo de afastar os entraves jurídicos que, infelizmente, permeiam as relações entre o empresário, Estado e players internacionais”, afirmou.

Confira os principais acontecimentos do evento.
Confira os painéis do evento.

Jackson Domenico apresenta trabalhos da CAL

O novo desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), Jackson di Domenico, esteve na sessão do Conselho Pleno, na noite desta quinta-feira (28), para apresentar o trabalho desenvolvido por ele nos últimos anos à frente da Comissão de Assuntos Legislativos (CAL), criada ainda em 2013, e da Comissão de Coordenação das Comissões, da qual ele era vice-presidente atualmente.

Domenico fez questão de entregar um certificado a cada um dos diretores da CAL. “Foram quase cinco anos de dedicação e compromisso com a Cal, em especial com os projetos de lei, buscando atender os pleitos da diretoria, do conselho e dos colegas advogados. Durante este período, foi possível desenvolver uma Comissão ampla, que conta atualmente com aproximadamente 200 membros, altamente qualificados, com refinamento técnico e profissional, destacados nas mais diversas áreas de Direito”, disse Domenico.

Domenico agradeceu a oportunidade que teve de aprender com os renomados profissionais que compõem o Conselho Pleno da OAB/DF. “Também agradeci a diretoria pela confiança que sempre depositaram em nosso trabalho. Com certeza, o aprendizado que tive nesse tempo na OAB vou levar para o ambiente ondeque agora irei desenvolver minhas atividades”.

Em nome de todos, o presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, agradeceu todo o trabalho feito por Domenico nos últimos anos e sua dedicação em prol dos interesses da advocacia. “A Ordem deve muito a Vossa Excelência. Aos que estavam no mandato passado devem se lembrar das primeiras sessões quando vossa excelência teve a magnífica ideia de criar a Comissão de Assuntos Legislativos. Existiram dúvidas, mas Vossa Excelência atuou com precisão, destreza e força, transformando a CAL numa das comissões mais combativas e atuantes desta Seccional. Substituir o senhor será muito uma tarefa muito difícil”.

A vice-presidente da OAB/DF, Daniela Teixeira, também fez questão de cumprimentar o novo desembargador. “Faço um cumprimento mais pessoal da saudade que sentiremos da convivência que temos. Você sempre esteve colaborando para que tudo andasse bem, você é insubstituível como pessoa para nós. A justiça ganhou um grande jurista, mas perdeu a Ordem um dos nossos principais braços”.

A sessão contou com a presença do presidente da Associação dos Magistrados do Distrito Federal (Amagis-DF), juiz Fabio Francisco Esteves.

Drones: Regulação, Oportunidades e Desafios

Os drones, que inicialmente eram só utilizados para o entretenimento, começaram a ter outras funcionalidades dentro da sociedade. Já existem países, como a Suíça, que realizam entregas urgentes de hospitais por meio de drones. Além disso, estes aparelhos são utilizados na agricultura, na guarda costeira, na meteorologia e em diversas outras funções. A funcionalidade trouxe consigo a necessidade da regulamentação, uma vez que esses veículos aéreos não tripulados (VANT) estão em crescente número no espaço aéreo brasileiro. Ciente desta necessidade, a Comissão de Direito Aeronáutico e Aeroportuário realizou um debate sobre as regularizações necessárias e as penalidades previstas para aqueles que não obedecerem as regras estipuladas sobre os drones.

Segundo Andréia Lima, presidente da Comissão de Direito Aeronáutico e Aeroportuário, qualquer pessoa que queira ter um drone deve fazer um cadastro no Registro Aéreo Brasileiro (RAB), salvo aqueles equipamentos cujo peso não ultrapasse 250 gramas. Andréia ressalta que as aeronaves que não estiverem registradas serão impedidas de ser utilizadas, mesmo a título de diversão.

Dentro das discussões que foram colocadas, o conselheiro da OAB/DF e vice-presidente da Comissão de Direito Empresarial, João Paulo Amaral, questionou “se no futuro haverá uma legislação específica para crimes praticados com drones, como invasão de privacidade que esses aparelhos podem proporcionar”. O conselheiro também manifestou sua preocupação com o uso do equipamento para fins de segurança pública, de modo a não desrespeitar as garantias constitucionais asseguradas aos cidadãos, a exemplo da inviolabilidade do lar.

Hugo Sarubbi, vice-presidente da Comissão de Direito Aeronáutico e Aeroportuário, trouxe aspectos relevantes para a regulamentação dos VANTs no mundo. Quanto ao Brasil, Sarubi afirma que há a possibilidade de desenvolvimento acelerado da cadeia produtiva aeronáutica no país, pois aeronaves menores envolvem menor investimento. “A utilização dos drones possibilita a criação de novos empregos, aumenta a segurança de voo e oferta serviços mais baratos”, constata.

Rafael Gasparini, gerente técnico de normas operacionais da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), falou sobre a atuação da agência quanto à Regulação dos Drones. Segundo Gasparini, o objetivo da Anac é incentivar o uso seguro desta nova tecnologia. Paulo Ricardo Laux, Coronel do Estado Maior da Aeronáutica, abordou as oportunidades e os riscos do uso de drones para fins de defesa e segurança pública.

Prestigiaram o evento os representantes da Polícia Militar, tenente Sandey Malcher, e cabo Ricardo Pereira.

Magela Carvalho receberá título de cidadão honorário de Brasília

O advogado Magela Carvalho, ex-conselheiro e 1º presidente do Clube dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal, receberá na próxima segunda-feira (2) o título de outorga de cidadão honorário de Brasília, na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Magela Carvalho criou a famosa corrida do advogado, a tradicional festa junina da Seccional e outros eventos. O homenageado conta que se sente honrado em poder receber este estimado título. “Recebo o Título de Cidadão Honorário de Brasília com muito orgulho, o qual honrarei por ter crescido na cidade, como meus filhos e neto”.

A Sessão solene ocorrerá no Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal, às 19h, e será aberta ao público.

Coragem é destaque em entrega de carteiras

“Estamos sempre em busca de garantir a manutenção do Estado democrático de Direito. Vocês não fizeram o juramento da advocacia para nós, juraram para a sociedade brasileira. Tenham isso em mente no exercício da profissão”, ressaltou o secretário-geral da Seccional, Jacques Veloso de Melo, ao presidir a solenidade de entrega de carteiras que ocorreu na tarde desta quarta-feira (27).

O paraninfo e presidente da Associação dos Advogados Criminalistas do DF, Andrew Fernandes compartilhou sua experiência sobre a carreira na advocacia. Contou que o advogado veste a toga para que contribua para a administração da justiça. “Nessa crise civilizatória em que vivemos, o Direito é muito importante, mas não é suficiente para o progresso civilizatório. Saibamos combater, ganhar e perder as causas dentro das regras. ”

A oradora da turma, Rosangela Silva, enfatizou que o exercício da profissão terá que ser pautado dentro dos estritos limites da ética e moralidade. “O caminho que escolhemos trilhar requer determinação, entusiasmo, responsabilidade, ética e amor à profissão. Somos essenciais à justiça. Não nos deixemos intimidar pelos opressores deste mundo, não cedamos.”

Compuseram a mesa o secretário-geral da Seccional, Jacques Veloso; o paraninfo, Andrew Fernandes; o conselheiro federal, Severino Cajazeiras; o vice-presidente da CAADF, Pedro Anísio de Aguiar; o secretário-geral da CAADF, Maxmillian Patriota; a diretora da CAADF, Daniela Caetano; o presidente da subseção do Núcleo Bandeirante, Sebastião Duque; a vice-presidente da Comissão de Advogados Integrantes dos Núcleos de Prática Jurídica, Marilia Mesquita; o presidente da Comissão de Bioética, Biodireito e Biotecnologia, Felipe Bayma; o vice-presidente da Comissão de Direito Empresarial, João Paulo Amaral; o presidente da Comissão de Honorários, Pierre Tramontini; o ex-ministro do TST, Antonio Maria Traumaturgo; a ex-presidente da Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia Geral da União, Joana D’arc Vaz; a presidente da Comissão de Mediação, Elizabeth Ribeiro; o ouvidor da OAB/DF, Paulo Alexandre; o ouvidor adjunto, Handerson Roberto; o membro da Comissão de Saúde Suplementar do CFOAB, Eraldo Campos; o constituinte da República pelo estado do Amazonas, José Dutra;

Inclusão escolar é tema de debate na OAB/DF

O atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com deficiência foi tema de debate, nesta quarta-feira (27), na sede da OAB/DF. Realizado pela Comissão de Educação, o evento trouxe diversos especialistas da área para debater a questão. A data foi escolhida porque no dia 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional dos Deficientes e dia 26 é comemorado o Dia Nacional dos Deficientes Auditivos.

Durante a abertura, o presidente da Comissão de Educação, Luis Cláudio Megiorin, ressaltou que as escolas não podem cercear as matrículas de alunos especiais. “As instituições devem fazer quantas turmas forem necessárias para dar efetividade ao trabalho dos professores. A inclusão deve significar ganho para todos”, afirma.

O vice-presidente da Comissão de Educação da OAB/DF e coordenador da mesa, Alexandre Veloso, observou a necessidade de se ponderar os valores que estão em destaque no debate. “É essencial que estejamos atentos para todas as necessidades colocadas, a fim de buscar alternativas propositivas para a resolução de eventuais conflitos quanto à interpretação da norma vigente”. Destacou ainda que a OAB/DF poderá ser mais um espaço de diálogo com a sociedade sobre este e outros assuntos relacionados a educação.

Para a integrante da Comissão de Educação da OAB/DF, Danielle Glielmo, o tema do evento é importante e complexo. “Certamente precisaremos retornar a ele em breve, de forma a aprofundarmos o debate, pois são muitos os aspectos a serem analisados pelos pais, professores, alunos e gestores”. Danielle adiantou que no próximo debate é necessário discutir as diferentes visões e experiências da comunidade educacional no DF, das demais unidades federativas.

A assessora técnica do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF), Monica Amaral, falou sobre a Resolução 1/2017 da CEDF, que estabelece Normas para a Educação Especial no Sistema de Ensino do Distrito Federal e dá outras providências. “A preocupação do conselho é justamente o professor, que entendemos como a parte fragilizada desta resolução. Nós sabemos que é um longo caminho a ser percorrido. A resolução é o início da caminhada, que terá ainda alguns percalços. Nós propomos a ser um norteador para que professores e pais de alunos possam ter garantias mínimas da efetivação do trabalho. O que nós buscamos dentro do Conselho é garantir uma inclusão efetiva”, afirma.

Luis Claudio Megiorin trouxe também um painel com uma proposta para reduzir o impacto financeiro da inclusão nas escolas. “Estamos nessa luta porque eu virei ouvidor geral. Eu sinto a dor de cada um. Isso é ter compaixão e não pena”, disse ele ao afirmar que a inclusão traz desafios para além da matrícula e do acolhimento dos alunos com necessidades educacionais. “A motivação principal que levou o questionamento da Lei Brasileira da Inclusão é o impacto financeiro, além de outros obstáculos para a real inclusão e o efetivo ensino”, ponderou.

Em seguida, teve início o painel sobre conflitos e perspectivas da inclusão, que contou com a presença da doutora em psicologia pela Universidade de Brasília e diretora de Políticas de Educação Especial da Federação Nacional das Apaes e da Secretária de Educação do DF, Erenice Natália Soares de Carvalho, e a professora do Departamento de Psicologia Escolar e do desenvolvimento do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, Denise de Souza Fleith.

O presidente do Conselho de Educação do DF e presidente do Sindicato das Escolas Particulares do DF, professor Álvaro Moreira Domingues Junior, abordou a questão dos desafios das instituições educacionais particulares com a inclusão. Por último, a titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação, Cátia Gisele Martins Vergara, tratou da obrigação das escolas privadas com a inclusão na visão do Ministério Público.

Neste ponto houve divergência de opiniões. Enquanto o Ministério Público afirma que não há a necessidade de limitar o número de alunos especiais por turma, os especialistas declaram que isso é uma afronta aos professores, uma vez que, para eles, é importante fazer uma adequação conforme a orientação do Conselho de Educação, de 1 a 3 alunos por turma. A Comissão de Educação da OAB/DF entende que a resolução do Conselho de Educação não ofende o princípio da obrigatoriedade da matrícula. “Limitar a matrícula de alunos com deficiiência ou com necessidades especiais de aprendizagem numa escola é crime. Não é a mesma coisa que limitar o numero de alunos por turma. A OAB defende que a escola não pode cercear a matrícula. Ela deve fazer quantas turmas forem necessárias para dar efetividade ao trabalho dos professores”, concluiu Megiorin.

 

Lei de Migrações: novidades e desafios que estão por vir

A Lei 13445, que dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante que chega ao Brasil, entrará em vigor em novembro deste ano. Além de regular a entrada e a estadia dos estrangeiros no país, a lei estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas que dizem respeito ao emigrante. Para debater os desdobramentos dessa nova legislação, a Comissão de Relações internacionais da OAB/DF se reuniu na noite desta terça-feira (25) e trouxe especialistas para contribuir com o debate.

Clarita Costa Maia, presidente da Comissão de Relações Internacionais, acredita que a Lei de Migrações, que substitui o Estatuto Jurídico dos Estrangeiros, é considerada internacionalmente uma lei-modelo na promoção dos direitos do estrangeiro. “Produto de um cuidadoso trabalho legislativo, ela teve o intento de responder aos muitos desafios que a experiência com os fluxos migratórios têm apresentado”, afirma.

A presidente da Comissão atenta para a forma vanguardista que a lei contempla a realidade das migrações temporárias das populações fronteiriças, bem como a necessidade de inserção econômica da população migrante como condição para garantir seus demais direitos. “Todavia, para parte da comunidade epistêmica da área de Migrações, a lei é considerada excessivamente principiológica, deixando aos decretos regulamentadores e normas do Conselho Nacional de Imigração a missão de concretizar suas diretivas, algumas delas até contraditórias”, observa Clarita.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Sanseverino falou sobre a situação dos refugiados na jurisprudência dos Tribunais Superiores e da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Segundo o ministro, o Brasil tem uma boa lei de Proteção aos Refugiados, de 1997, só que o Estatuto Estrangeiro, que é de 1980, está em descompasso com a Lei do Refúgio. “Este fato ensejou que muitas pessoas, a rigor não refugiados, procurassem a proteção da Lei do Refúgio aqui no Brasil e agora a nova lei da migração resolverá esse descompasso”.

Hugo Medeiros Gallo da Silva, presidente do Conselho Nacional de Imigração, falou sobre a resolução 126 do Conselho, que traz uma alternativa para os imigrantes Venezuelanos. “Essa resolução trouxe a alternativa da residência temporária de dois anos e é aplicada a imigrantes de países fronteiriços. Essa foi a alternativa para possibilitar o devido enquadramento ao Venezuelanos”, esclareceu. Por fim, Gallo ressaltou que a imigração é um desafio e que a sociedade civil tem um papel fundamental na discussão desse tema.

Christina Aires Correia Lima, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), comentou a necessidade de incentivar a imigração de profissionais capacitados para ajudar no desenvolvimento do país. “A lei de imigração é muito aberta e o conselho de imigração sempre teve uma visão muito humanitária, mas falta a iniciativa de fazer uma política pública de atração de cérebros, de investimentos e de mão de obra qualificada. Temos que fazer com que o país seja visto como algo interessante no cenário internacional”, pontua.

Marjolaine Julliard Tavares do Canto, conselheira do Conselho Nacional de Imigração (CSB), acredita que “a manutenção do Conselho é de suma importância para as políticas migratórias brasileiras, tendo em vista a experiência de muitos anos e o papel importante que ele teve e que ele poderá vir a ter no futuro. A migração é um fato dinâmico, não pode ser tratado como estático”.