Marcelo Ribeiro debate temas polêmicos do Direito Eleitoral

A Seccional da OAB do Distrito Federal recebeu, na noite desta quarta-feira (23), o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o advogado Marcelo Ribeiro, para palestrar sobre as eleições deste ano e temas polêmicos do Direito Eleitoral. O evento, que corresponde à 16ª reunião ordinária da Comissão de Direito Eleitoral, contou com a participação do presidente da comissão, Bruno Rangel, e das integrantes Iara Bastos e Bianca Gonçalves.

De acordo com Bruno Rangel, é uma oportunidade única ter a presença do ex-ministro para palestrar depois de ter passado pelo TSE por quatro biênios e compreender bem do assunto. “Há muita insegurança jurídica em relação a diversos aspectos relacionados às eleições deste ano, razão pela qual foi importante para a comissão receber na reunião o ex-ministro e atual advogado Marcelo Ribeiro, que tem aproximadamente 30 anos de experiência na advocacia eleitoral e se dispôs a vir compartilhar conosco seu vasto conhecimento na área”, afirmou.

O ex-ministro abordou alguns assuntos que são polêmicos no seu ponto de vista, como a fidelidade partidária, a ficha limpa e o papel do Poder Judiciário. De acordo com ele, o ativismo judicial é uma consequência de fatos porque “representa uma série de circunstâncias que levaram a isso. Não é somente que o Judiciário quis invadir o Legislativo, esse último se enfraqueceu e começou a provocar o Judiciário para que interviesse nas discussões do Legislativo, por isso veio o que chamam hoje de ativismo do Judiciário”, explicou Ribeiro.

Para Bruno Rangel, trazer à tona essas questões polêmicas é importante porque “para que a gente entenda bem o presente e consiga planejar o futuro. Os relatos do ex-ministro são fundamentais porque a gente consegue entender como as coisas aconteceram e evoluíram para chegar no que temos hoje”, disse.

Marcelo Ribeiro ressaltou que o momento que o país está passando é uma mudança de hábitos que não existia há mais de 20 anos. “É importante trazer esses pontos polêmicos porque é o que o Brasil está vivendo hoje e representa uma mudança de postura. As pessoas mais novas acham que sempre foi assim, mas, não. Temos que chegar no equilíbrio, porque o que temos hoje é exatamente o oposto do que era há 25 anos”.

Ao final da palestra, foi aberto um momento para que o público pudesse fazer comentários e perguntas a respeito do que foi dito.

OAB/DF realiza ciclo de palestras sobre Direito de Pessoas Autistas na Rede de Educação do DF

Nesta semana, nos dias 21 e 22 de maio, a OAB/DF discutiu os Direitos das pessoas autistas na rede de educação do Distrito Federal, em ciclo de palestras promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Autista. Na segunda-feira (21), o encontro recebeu a pedagoga e ativista pela neurodiversidade Rita Louzeiro, que mostrou ao público a importância da inclusão nas salas de aula.

“É muito bom saber que essa visão está chegando na sala de aula, porque a vida inteira vi meu irmão passando de sala de aula em sala de aula sendo taxado como louco, como doente, como uma pessoa que precisa cada vez mais de remédios e sendo cada vez mais excluído desse espaço que vocês trabalham, que é a escola”, desabafou Rita.

Histórico

Em seguida a secretária-geral da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Autista, Idalva Fernandes, trouxe a questão do período histórico da humanidade quanto ao tratamento dispensado às pessoas com deficiência, levando em consideração a era dos nômades, que precisavam caminhar em busca de suprimentos para sobrevivência.

“Se aquele local não conseguia mais prover a sua sobrevivência, eles se mudavam. Era muito difícil proteger o grupo dos animais selvagens e predadores, carregando uma pessoa com deficiência. Então, muitas das vezes, as pessoas eram abandonadas ou eram mortas”, contou Idalva.

Dando continuidade ao período histórico, o ciclo de palestras relembrou a Conferência Mundial de Educação Especial, de 1994, que foi marcada com uma declaração feita pelos seus delegados. A Declaração de Salamanca declara o compromisso com a educação para todos, reconhecendo a necessidade e urgência da educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.

A presidente e o vice-presidente da Comissão Defesa dos Direitos da Pessoa Autista, Adriana Monteiro e Paulo Guanabara, respectivamente, discutiram a trajetória do Direito da pessoa autista, partindo da declaração de Salamanca.   

“A convenção de Salamanca vem com todo esse olhar ao indivíduo. Ela prima pelo indivíduo e  pela necessidade. A Convenção de Salamanca abarca e realmente trata a inclusão assim como um todo e o Brasil é assinante dessa convenção, é obrigado a obedecer essa convenção”, declarou Adriana.

Já Paulo Guanabara declarou que “a Convenção de Salamanca é o barco maior sobre a inclusão sobre todos os aspectos. A ideia central é a educação da pessoa com deficiência. Essa é a melhor forma de criar uma sociedade”, o vice-presidente concluiu afirmando que não é o deficiente que tem que se adaptar à sociedade, é a sociedade que tem que se adaptar ao deficiente.

No segundo dia do ciclo de palestras, a autista ativista e arte educadora Amanda de Sá Paschoal apontou pontos que fazem da educação, ainda hoje, não ser inclusiva. Salas de aula com muita cor ou por vezes sem cor são fatores que incomodam a pessoa autista. Outro ponto levantado pela Amanda é a liberdade em que todos devem ter. “Autonomia significa tomar decisões livres de coerção, capacidade de exercer a moralidade da autolegislação, é um direito humano.”

Durante o ciclo foram debatidos temas como Capacitismo e Neurodiversidade; Autismo e Direitos (Convenções Internacionais, Lei Brasileira de Inclusão, Leis do Autismo Federal e Distrital); Acessibilidade e Direito de Aprender; Direito de ter uma escola consciente: Gestores, Professores e Conselho Escolar – Rede e Funcionamento. 

Também participaram do ciclo de palestras as educadoras da rede pública do DF, Mara Rúbia e Márcia Cristina e o membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Autista, Emanuel Mauricio.

OAB/DF pede suspensão dos prazos, audiências e sessões de julgamento

Em razão do caos instalado na cidade por conta da greve dos caminhoneiros e dos bloqueios de estradas e vias de acesso, a Seccional requereu, nesta quinta-feira (24), aos tribunais do DF a suspensão dos prazos, audiências e sessões de julgamento até a regularização da situação relatada. O documento foi enviado aos presidentes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e do Tribunal Regional do Trabalho – 10ª Região (TRT10).

A OAB/DF ainda solicitou aos diretores dos presídios do Complexo Penitenciário da Papuda e da Penitenciária Feminina do Distrito Federal – Colmeia que tenham tolerância com possíveis atrasos da advocacia aos agendamentos de visitas aos internos e internas.

Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, destaca que a medida é preventiva e que busca resguardar as prerrogativas da classe. “Buscamos sempre facilitar o dia a dia tão corrido da advocacia. Tal medida visa garantir o acesso à justiça, resguardar as prerrogativas dos advogados, bem como salvaguardar o direito do jurisdicionado”.

“Advocacia é coragem”, Luís Carlos Martins Alves Junior

O paraninfo e procurador da Fazenda Nacional Luís Carlos Martins Alves Junior enfatizou durante solenidade de entrega de carteiras, nesta quarta-feira (23), que “advocacia é coragem”. Em seu discurso, ele abordou o advogado e o Estado de Direito. Para o procurador, “o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa não devem ceder jamais ao arbítrio do poder”.

“Nós advogados somos sentinelas do Direito, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Ser advogado, exercer a advocacia, consiste em ser, não raras vezes, o único escudo de proteção dos investigados, dos acusados, dos réus e dos condenados. Isso significa que ao aceitar o patrocínio de uma causa, o advogado deve agir com coragem e desassombro”, enfatizou o paraninfo Alves Junior.

Representando a presidência da OAB/DF, o secretário-geral Jacques Veloso saudou. “Essa casa, a Ordem dos Advogados do Brasil, sempre foi protagonista desse momento que vocês estão vivenciando. Ela é feita por nós. Venham e participem ao máximo do que ofertamos”.

A oradora da turma Kamylla Rauanny Dias Florêncio disse que a qualidade de um profissional da advocacia que mais se destaca para que ele alcance o sucesso é a perseverança. “Perseverança é o ato de conquistar seus objetivos devido ao fato de manter-se firme e fiel a seus ideais e propósitos”, argumentou. “Somente com garra, coragem, força e muita vontade de crescer é que venceremos esse início cheio de dificuldades. Não tem outra fórmula, só é possível começar do começo”.

Compuseram a mesa da solenidade o secretário-geral da OAB/DF, Jacques Veloso; o secretário-geral adjunto, Cleber Lopes; o presidente da CAADF, Ricardo Peres; os conselheiros Seccionais Ildecer Amorim, Ewan Teles, Mauricio Correa da Veiga, Erich Endrillo; o presidente da Subseção da Ceilândia, Edmilson Menezes; a secretária-geral adjunta da Subseção do Núcleo Bandeirante, Nilvânia do Prado; a vice-presidente e o secretário-geral do Conselho Jovem da OAB/DF, Marcela Furst e Emmanuel Sales e o membro do Tribunal de Ética e Disciplina Getulio Novaes Frota.

Em palestra, juiz federal aborda boas práticas no JEF

A Seccional do DF recebeu, na noite desta terça-feira (22), o juiz federal do Tribunal Regional Federal Alexandre Jorge Laranjeira para palestrar sobre a atuação do advogado no Juizado Especial Federal (JEF). O evento ocorreu no Plenário José Gerardo Grossi, na sede da Seccional (516 Norte), e contou com a participação da conselheira Hellen Falcão e do diretor tesoureiro da OAB/DF, Antonio Alves. Durante a palestra, o juiz Alexandre Laranjeira trouxe tópicos de como deve ser a atuação do advogado no JEF, o funcionamento e o futuro dos processos eletrônicos (PJ-e e e-PROC).

Durante a abertura, Antonio Alves ressaltou a importância do assunto para os profissionais da advocacia. “Imagino que esse tema seja do mais absoluto interesse de todos. A OAB desempenha o papel de tentar aproximar os advogados do Processo Judicial Eletrônico, que parece pesadelo, mas é necessário. Espero que vocês aproveitem a palestra”.

Em seguida, a palavra foi passada para Hellen Falcão, que explicou de onde surgiu a ideia de promover esse debate entre o juiz e os advogados. “A realização desse evento se deu por conta de uma reunião que tive com o dr. Alexandre em que conversamos sobre o peticionamento na JEF e sobre alguns problemas que ele estava encarando por causa da formação e da instrução do advogado ao peticionar. Estamos aqui com a intenção de fazer uma boa instrução processual para vocês, sobretudo a respeito desses sistemas eletrônicos que não temos tanta familiaridade. Espero que vocês aproveitem essas informações”.

O juiz Alexandre Laranjeira começou a palestra ao dizer que tanto a advocacia quanto a magistratura têm “objetivos comuns, assim como a sociedade brasileira tem com relação ao Judiciário. O nosso objetivo é fazer com que a prestação jurisdicional seja entregue de forma eficiente e rápida e, para isso, precisamos adotar algumas práticas”. Um dos pontos destacados pelo juiz foi a necessidade de o advogado ser claro, objetivo e conciso ao redigir uma petição porque, caso contrário, “o documento corre o risco de sequer ser lido pelo juiz”.

Outro ponto que o palestrante alertou foi a respeito de informações verídicas em uma petição. Para ele, os juízes usam a Internet para checar o conteúdo que está no documento e, portanto, “não vale a pena colocar numa petição uma jurisprudência vencida porque mais cedo ou mais tarde ela vai ser checada”. Por fim, Laranjeira disse que acredita que o futuro da jurisdição é o processo eletrônico. De acordo com ele, a produtividade do PJ-e é de cinco a 10 vezes maior que a do processo físico. Para ele, apesar da boa funcionalidade do programa, é necessário que ele seja bem empregado e bem desenvolvido para obter resultados positivos.

Ao final da palestra, a mesa abriu um momento para que o público pudesse interagir com perguntas e comentários a respeito do assunto.

Cezar Britto recebe título de cidadão honorário de Brasília

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou solenidade de entrega de título de cidadão honorário de Brasília ao membro honorário vitalício da OAB nacional e presidente no triênio 2007-2010, Cezar Britto, na noite desta segunda-feira (21). A honraria é a cidadania honorária entregue pela CLDF para uma pessoa cujos feitos foram importantes para a cidade. Representantes da OAB/DF, como o secretário-geral adjunto, Cleber Lopes, e o diretor-tesoureiro, Antonio Alves, conselheiros Seccionais, o presidente da Associação de Advogados Trabalhistas, Carlucio Coelho, advocacia em geral, autoridades, amigos e familiares foram prestigiar Britto no evento, que ocorreu na noite desta segunda-feira (22), na CLDF.

Cezar Britto revelou que foi muito gratificante ver o número de pessoas que têm os mesmos ideais que ele e acreditam no trabalho que ele fez por Brasília. “Foi muito bacana e bastante emocionante. Devemos ligar na escolha desse título uma pessoa que justifique a escolha. Aqui estou trazendo no meu matulão as mesmas esperanças dos candangos, lutar para erradicar a pobreza e marginalização e constitucionalizar o Brasil para que a cidadania, a dignidade, o meio ambiente sejam efetivamente observados”, disse.

Para Cleber Lopes, o título entregue a Cezar Britto representa as benfeitorias feitas por ele para a sociedade brasiliense. “A outorga do título de cidadão honorário de Brasília a Cezar revela a sua importância no cenário nacional sobretudo pelo relevante serviço prestado em prol da advocacia e dos direitos humanos enquanto presidente do conselho federal”, revelou.

Antonio Alves, diretor-tesoureiro da OAB/DF, afirma que Britto merece o prêmio pela sua trajetória. “O nobre sergipano Cézar Britto está recebendo o merecido título de cidadão honorário de Brasília. O Dr. Cezar Britto, pelo que representa para o Brasil, enobrece Brasília. Parabéns”.

O homenageado ressaltou ainda a importância que a Ordem dos Advogados teve para que ele pudesse se apaixonar pela capital Federal. “A OAB e sobretudo os funcionários da Ordem fazem a Casa com mais carinho, mais paixão. Vocês me ensinaram aqui em Brasília que o coração dos funcionários é o que faz nascer a OAB. Encerro meu discurso renovando meu compromisso de cidadão em fazer com que as ideias que compartilho e que justificaram a concessão do título contribuam para tornar Brasília mais inclusiva”, concluiu.

Biografia

Nascido em Propriá/SE, em 1962, Cezar Britto graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Sergipe. Foi presidente do Conselho Federal da OAB no triênio 2007-2010, entidade na qual que ocupou diversos cargos de destaque. Cezar Britto mudou-se, juntamente com sua família, para o Distrito Federal em 2010. Advogado de várias entidades sindicais, movimentos populares e organizações não governamentais. Cidadão honorário de Aracaju, Paraíba, Maceió, Alvorada do Oeste, Uberaba, Uberlândia e Belo Horizonte. Hoje, ele mora e mantém seu escritório profissional em Brasília.

Autor de livros de crônicas (Nos alpendres da vida e Caminhadas), direito (A inviolabilidade do direito de defesa) e romances (Almas livres, corpos libertos e Um lugar longe do mundo), além de várias obras coletivas, artigos em revistas e sites especializadas. Com escritórios profissionais em Brasília, Sergipe, Belo Horizonte e Alagoas. Sócio da Advocacia Operária desde 1991 (Sócio fundador).

OAB solicita fim de controle de ponto para advogados do BRB

Com o objetivo de que os advogados de empresas estatais sejam dispensados do sistema biométrico de controle de ponto, o presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, se reuniu na tarde desta segunda-feira (21) com o presidente do Banco de Brasília (BRB), Vasco Cunha, para expor as razões pelas quais acredita que bater o ponto se torna incompatível com as atividades externas da advocacia. Também participaram do encontro os conselheiros da OAB/DF Fernando de Assis Bontempo e Denise Fonseca e o consultor jurídico do BRB Durval Garcia Filho.

Durante a reunião, Costa Couto alega que o controle de ponto é incompatível com as atividades exercidas pelo advogado público. “Os colegas da advocacia, quando vão a uma audiência, sabem que a pauta pode atrasar e levar mais tempo do que o necessário. Ele não pode largar a audiência para ir bater o ponto. Sem contar que o banco também ganha na diminuição do risco de um potencial passivo trabalhista, porque afasta o risco de ser condenado ou processado por qualquer pleito de horas extras”, justificou.

Após ouvir as razões expostas pelo presidente da OAB/DF, Vasco Cunha afirmou que a mudança não é tão simples e linear, mas esse primeiro contato é importante para instigar o debate e a discussão. Ele explicou que pedido será analisado cautelosamente, tendo em consideração os prós e os contras e como se deu a efetivação dessa medida em outras estatais. “Estamos dispostos a pedir para a assessoria jurídica fazer uma pesquisa sobre a demanda e ver como está acontecendo nas instituições que já dispensaram o ponto. A gente tem que discutir isso tudo porque, para implementar qualquer mudança, temos que estar bem cientes para não haver nenhum prejuízo para o banco”, disse.

Uma das estatais que já dispensaram os advogados de bater o ponto para controle de horário é a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). O advogado da Terracap Ricardo do Carmo esteve presente na reunião e defendeu a posição da OAB/DF. “O mesmo diálogo foi feito na Terracap e de maneira muito exitosa. Ao longo dos anos, o debate se aprimorou. Para muitos de nós a importância é que a [exigência do ponto] seja relativizada por conta das questões das nossas atividades externas”, alegou. 

Ao final da reunião, ficou decidido que a OAB/DF enviará mais algumas informações para o BRB sobre estatais que já tiraram o ponto para os advogados e como foi a adaptação a fim de ampliar a discussão e avançar nesse assunto.

Cezar Britto recebe título de cidadão honorário de Brasília

O membro honorário vitalício da OAB nacional, presidente no triênio 2007-2010, Cezar Britto receberá, nesta segunda-feira (21), às 19h, o título de cidadão honorário de Brasília, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). De iniciativa do deputado distrital Ricardo Vale (PT/DF), o evento de homenagem ocorrerá no plenário da CLDF.

Antonio Alves, diretor-tesoureiro da OAB/DF, afirma que Britto merece o prêmio pela sua trajetória. “O nobre sergipano Cézar Britto está recebendo o merecido título de cidadão honorário de Brasília. O Dr. Cezar Britto, pelo que representa para o Brasil, enobrece Brasília. Parabéns”. 

O propositor da iniciativa, Ricardo Vale, ressalta o papel importante de Britto em momentos críticos de Brasília e como ele foi importante na defesa da população do Distrito Federal. “No plano local é patrono de causas ligadas aos movimentos sociais no DF, fazendo a defesa jurídica e extrajurídica de movimentos ligados aos Direitos Humanos em toda a capital da República”.

Ibaneis Rocha, diretor da OAB nacional e conselheiro federal, destaca que “o presidente Cezar Britto fez uma bela história na advocacia e se tornou um dos maiores líderes da advocacia nacional. Tive a honra de servir a advocacia por confiança de Cezar Britto na Comissão Nacional de Prerrogativas. Um homem a frente de seu tempo, preocupado com as demandas sociais. Brasília ganha mais um filho ilustre”.

A conselheira Seccional Alessandra Camarano enfatiza que “Cezar Britto tem uma trajetória na advocacia nacional que o torna referência para aqueles que genuinamente valorizam a democracia no país, a defesa das minorias e uma sociedade verdadeiramente igualitária. O título de cidadão honorário é mais uma coroação dessa jornada imprescindível para avanços civilizatórios vitais.

Biografia

Nascido em Propriá/SE, em 1962, Cezar Britto graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Sergipe.  Foi presidente do Conselho Federal da OAB no triênio 2007-2010, entidade na qual que ocupou diversos cargos de destaque. Cezar Britto mudou-se, juntamente com sua família, para o Distrito Federal em 2010. Advogado de várias entidades sindicais, movimentos populares e organizações não governamentais. Cidadão honorário de Aracaju, Paraíba, Maceió, Alvorada do Oeste, Uberaba, Uberlândia e Belo Horizonte. Hoje, ele mora e mantém seu escritório profissional em Brasília.

Autor de livros de crônicas (Nos alpendres da vida e Caminhadas), direito (A inviolabilidade do direito de defesa) e romances (Almas livres, corpos libertos e Um lugar longe do mundo), além de várias obras coletivas, artigos em revistas e sites especializadas. Com escritórios profissionais em Brasília, Sergipe, Belo Horizonte e Alagoas. Sócio da Advocacia Operária desde 1991 (Sócio fundador).

 

OAB/DF realiza seminário nacional sobre o combate à LGBTfobia no país

Durante a manhã desta sexta-feira (18), ocorreu o seminário nacional de combate à LGBTfobia, no Plenário José Gerardo Grossi, na Seccional da OAB do Distrito Federal (516 Norte). O evento, que foi organizado pela Comissão de Diversidade Sexual, é resultado de uma parceria da OAB/DF com alguns representantes do Conselho Nacional de Combate à Discriminação de LGBT (CNCD/LGBT) e do Ministério dos Direitos Humanos.

Os assuntos abordados no seminário foram os desafios da educação no combate à LGBTfobia, a invisibilidade das Lésbicas, Bissexuais e Transexuais e a violência de gênero no país.

A abertura do evento foi feita pela presidente da comissão, Priscila Moregola, que agradeceu a presença do público e se colocou à disposição do conselho para difundir o assunto por meio de eventos na Casa.

“Eu gostaria de falar que é um prazer ter todos aqui. A OAB/DF está sempre disponível para tudo que o conselho precisar e se coloca à disposição para qualquer evento que vocês quiserem fazer aqui”, disse.

O secretário-geral adjunto da comissão, Rodrigo Camargo, abordou o fato de a juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Leila Cury, ter negado, nesta quinta-feira (17), o habeas corpus para que 11 presas provisórias declaradas transexuais femininas ou travestis ficarem em estabelecimento prisional feminino em respeito à identidade de gênero. Para ele, o debate é muito importante para analisar a realidade da população LGBT.

“O que estamos passando é uma patologia da nossa sociedade. Esse debate é o que fortalece o nosso dia a dia para que a gente consiga caminhar adiante. Nós estamos num jogo diário dentro da busca de tirar esses estigmas da população LGBT”, explicou.

Para o presidente do CNCD/LGBT, Washington Dias, o evento representa um marco para a população LGBT na conquista de espaço na sociedade.

“É muito satisfatório poder proporcionar mais um dia de luta nesse espaço e saber que estamos tendo atuação boa com a participação de todos conselheiros para tornar a sociedade cada vez mais fortalecida, livre do preconceito, do racismo e da intolerância”, ressaltou.

De acordo com a coordenadora-geral do conselho, Kátia Guimarães, ainda há muito para ser feito na garantia de conquistas.

“Ainda temos muito para evoluir porque hoje essa população está com muitas restrições do ponto de vista social no cenário político. Temos que agir em conjunto para que atuarmos nos demais enfrentamentos à população LGBT”.

 

Também fez o uso da palavra a diretora de promoção dos direitos de LGBT, Marina Reidel, que falou da necessidade dessa população se aliar ao Direito para garantir as normas jurídicas de identidade impostas.

“O Direito sempre nos é solicitado e é importante a gente pensar para além. O Brasil inteiro está promovendo eventos que pautam a nossa política e isso é significativo porque há alguns anos não era possível sequer mobilizar esse tipo de ação”, afirmou.

O vice-presidente da Comissão de Diversidade Sexual, Ricardo Sakamoto, também compôs a mesa de abertura do evento.