OAB/DF e UniCEUB promovem Competição de arbitragem e mediação

Com o objetivo de disseminar as técnicas de arbitragem e mediação e estimular a profissionalização de advogados qualificados para atuar na área, a Seccional, em parceria com o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), realizou na noite desta sexta-feira (22) a abertura da VIII Competição Brasileira de Arbitragem e da I Competição Regional de Mediação. O evento ocorreu nos dias 22, 23 e 24 no Campus do UniCEUB da Asa Norte.

O presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, ressaltou a importância dos mediadores para a resolução dos conflitos e das técnicas utilizadas para benefício da sociedade. “São procedimentos mais rápidos, desburocratizados, e baratos para as duas partes”. O presidente ressalta ainda que como os dois lados participam ativamente da solução do conflito, este método tem um índice de satisfação sensivelmente superior em comparação a submissão do problema ao juiz.

Jorge Amaury Nunes, professor da Escola Superior de Advocacia (ESA), relembrou que a conciliação e a arbitragem são técnicas antigas, que são muito necessárias para a desobstrução do Judiciário. “A última porta que nós devemos procurar é a porta do Poder Judiciário. Nós temos 107 milhões de ações no Judiciário e nós temos só 18 mil juízes, é só dividir um pelo outro que a conta não vai fechar”, constatou.

Elisabeth Ribeiro, presidente da Comissão Especial de Mediação, se disse lisonjeada por poder levar as técnicas da mediação até os alunos da graduação, transformando-os em profissionais mais aptos a atender a demanda do novo século, que abraçou de forma definitiva a não judicialização e os métodos não adversariais para a resolução de conflitos. “É muito importante que as Universidades percebam a necessidade de preparar o profissional para o novo mercado de trabalho, que não admite mais um profissional belicoso, que só enxerga os Tribunais como solução”, afirma.

Asdrubal Nascimento, presidente da Comissão de Arbitragem, se disse muito satisfeito por participar de uma competição que proporciona experiência para os estudantes de Direito e promove o desenvolvimento para os professores. “Devemos agradecer as instituições de ensino superior que perceberam que essa Competição é uma grande oportunidade de fazer a diferença na vida dos seus acadêmicos e às equipes que participam dessas competições.

Paulo Palhares, vice-presidente da Comissão de Propriedade Intelectual da OAB/DF e coordenador adjunto do UniCEUB, presidiu a mesa e recebeu os presentes. “É sempre muito bom reunir advogados para discutir questões vanguardistas como a mediação e a arbitragem. O diálogo é o caminho para um futuro, e eu tenho certeza que os senhores farão do Direito uma profissão cada dia melhor”.

Danilo Prudente, secretário-geral da Comissão Nacional de Mediação, Arbitragem, Direito Sistêmico e Práticas Colaborativas da Associação Brasileira de Advogados (ABA) e membro da Comissão Especial de Mediação, falou sobre as especificidades do conflito empresarial. Isabel Cristina Dantas, fundadora do Mediações Brasil, tratou da mediação transformativa empresarial.

Diogo Póvoa, representante do Instituto Verbalize, explanou sobre a oratória e desenvolvimento da habilidade de argumentação dos advogados. Fernando Maluf, coach de arbitragem no Mackenzie, falou sobre as etapas da competição de arbitragem e mediação.

O evento foi uma realização da OAB/DF com o UniCEUB Brasília, e recebeu o apoio da CAMARB e do Instituto de Certificação e Formação de Mediadores Lusófonos (ICFML).

Artigo: 1987/2017 – 30 anos da Constituinte…em Brasília

*Wílon Wander Lopes

Trinta anos atrás, em 1987, foi instalada em Brasília, novíssima capital do Brasil, a tão sonhada Assembléia Nacional Constituinte, a grande reunião política que todos os brasileiros pediam, inclusive no icônico movimento das Diretas Já!

Esta moderna odisséia começou com a histórica Emenda Constitucional 25, de 1.985, que também resgatou ao novo Distrito Federal o Direito de Voto, campanha cidadã que começou em Taguatinga, a cidade que nasceu em 1958, a partir da desobediência civil dos candangos pioneiros, revoltados com a ordem dos governantes de então no sentido de, concluída a construção de Brasília, serem obrigados a voltar às suas terras de origem.

Liderada por advogados e empresários cansados do descaso com que eram tratadas as chamadas cidades-satélites (que só recebiam sobras, enquanto o Plano Piloto, sede da capital federal, recebia tudo de bom), a campanha era legítima, por isso tinha tudo para dar certo – é que todos os brasileiros tinham o Direito de Voto, menos os moradores da recém construída Brasília e do nascente Distrito Federal. Uma ignomínia!

O que fazer? Se o poder era concentrado no governador, imposto pelo presidente imposto, era preciso trazer, também para o Distrito Federal, o poder do povo – o voto. Assim, seria reparada tal ignomínia, transformando os habitantes daqui em cidadãos, como são os moradores de todas as demais cidades brasileiras, que votam, é preciso repetir, menos os das que constituíam o incipiente Distrito Federal.

Para isso, com todo o vigor e empenho do interesse cívico, uniram-se advogados e empresários, a principio em Taguatinga, na Associação dos Advogados de Taguatinga e na ACIT, Associação Comercial e Industrial de Taguatinga, depois na OABDF e na ACDF – Associação Comercial do Distrito Federal, presidida pelo advogado e empresário Lindberg Cury, depois Senador, para lutar pelo direito básico da Cidadania de Brasília e do Distrito Federal – o voto.

A falta do Direito de Voto para os moradores do DF era, de fato, num contexto de um país democrático, uma capitis diminutio, como disse Tancredo Neves. Ele também aderiu à campanha, quando respondeu a uma pergunta que eu lhe fiz, na OAB-DF, com relação ao resgate da representação política para o DF, um direito que já tinham os cidadãos do Rio de Janeiro, a capital do Brasil antes de Brasília: “Conheço cidadãos cassados, conheço grupos cassados, mas cidade cassada só conheço Brasília!”

E foi vitoriosa a campanha. Em 1986, pela primeira vez no novo Distrito Federal, eram eleitos seus representantes políticos: os três senadores e os oito deputados federais que iam participar da Assembléia Nacional Constituinte. Brasília deixava de ser um QG das Forças Armadas, no tempo do regime militar, para se transformar na sede da mais importante reunião dos brasileiros, vindos de todos os rincões para construir, aqui, um moderno e eficaz Estado Democrático de Direito.

E tudo funcionou muito bem. Produto da Assembléia Nacional Constituinte, a Constituição de 1988 reafirmou não só a nossa representação federal, mas também ganhamos a eleição de governador e de vinte e quatro deputados distritais, com a criação da inédita Câmara Legislativa do Distrito Federal, uma mistura de Câmara de Vereadores, como existe em todos os municípios, e de Assembléia Legislativa, como existe em todos os Estados.

Em tal obra cívica, é importante registrar as participações de três ilustres e ativos advogados de Brasília, cujo trabalho foi indispensável para insculpir nosso Direito de Voto na Constituição de 1988: Sepúlveda Pertence, na Comissão Afonso Arinos (formada por notáveis juristas brasileiros reunidos nela pelo então Presidente do Brasil, José Sarney, a qual preparou para os constituintes uma espécie de minuta da Constituição); Maurício Corrêa, ex-presidente da OAB-DF, no Senado Federal; e Sigmaringa Seixas, na Câmara dos Deputados, todos cuidando – e muito bem – dos interesses do DF.

Durante a Constituinte, na nova capital do Brasil, a maior obra dos brasileiros, em todos os tempos, concretizada sob a liderança do inesquecível Juscelino Kubitschek, os políticos provaram que eram capazes de reconstruir o Brasil, sem guerra, perdoando, com a Lei da Anistia, os que se excederam. Era tempo de união para a reconstrução de um Brasil para o futuro, em clima de elogiável concórdia cidadã…

Hoje, como é público e notório, a representação política, aqui tão duramente conquistada, está em um patamar deplorável. Fala-se até em nova intervenção militar, também surgindo candidatos radicais, pregando o nós contra eles, com boa aceitação nos dois casos, o que significa dizer que muitos cidadãos parecem não acreditar mais na via política para a solução dos problemas do Brasil. Estamos mesmo em um clima de descrédito para com a política e para com os políticos.

Em termos de Cidadania, isso é péssimo! Um absurdo no contexto de um Estado Democrático de Direito! Por isso, quando fatos tão importantes chegam à casa dos trinta anos, mostrando que a política, única alternativa à guerra, já provou, aqui no Planalto Central, que é a forma civilizada de resolver problemas, é preciso celebrar as duas vitórias de Brasília – Distrito Federal: a conquista do seu Direito e Voto e a competência para sediar a sonhada e bem sucedida Assembléia Nacional Constituinte.

Há trinta anos, Brasília foi testada e mostrou sua competência para ser de fato e de direito a Capital Federal. Como entidade acreditada, sempre voltada para o império da lei, é tempo para que a OAB-DF, que tanto se empenhou para a volta da Democracia para o Brasil, bem como para a conquista do Direito de Voto para o DF, convoque outras entidades da sociedade civil de Brasília e de suas regiões administrativas, em todo o DF, para celebrar os 30 anos da Constituinte, mostrando o exemplo que, em Brasília, nosso Brasil deu ao mundo – um Estado Democrático de Direito, construído em clima de concórdia, e uma Constituição Cidadã!.

(*) Wílon Wander Lopes, advogado, vive no Distrito Federal desde 1959. Foi candidato à Presidência da OAB-DF (1976), e, por duas vezes, Conselheiro da entidade. Iniciou e liderou a campanha pelo resgate do Direito de Voto para os cidadãos do Distrito Federal. Foi o Primeiro Presidente da OAB de Taguatinga, onde também iniciou e liderou a campanha pela descentralização da Justiça do DF. É presidente da Confraria dos Cidadãos Honorários de Brasília e Diretor do JORNAL SATÉLITE (51 anos dedicados a Taguatinga)

Imagem – Causa Operária

OAB/DF encerra IX Conferência da Advocacia do Distrito Federal

A advocacia do mundo digital e as formas de atuação dos advogados no ambiente tecnológico nortearam os debates da IX Conferência da Advocacia do Distrito Federal, que ocorreu nestas quarta e quinta-feira, 20 e 21 de setembro. Passaram pelo Conselho Federal cerca de 600 pessoas que se beneficiaram com as explanações dos especialistas. Para a escolha do tema, foi feita uma enquete online em que aproximadamente 35% dos entrevistados escolheram por se aprofundar no mundo digital.

Os painéis abordaram “o advogado como garantia do Estado de Direito”, “o Processo Judicial Eletrônico (PJe), “Compliance corporativo com uso de tecnologia”, “Compliance na administração Pública”, “A inteligência artificial no mercado de trabalho”, “O novo Código de Processo Civil e o mercado de trabalho na advocacia”, “O Direito de esquecimento”, “A mediação e família”; “Online dispute resolution” e “Advocacia e CNJ”.

Para explanar sobre as agressões à advocacia, desde os primórdios até os dias de hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence, realizou a palestra de encerramento da Conferência. Pertence lembrou dos tempos de ditadura, em que a Seccional se impôs a favor da democracia e do Estado democrático de Direito, falou sobre a transição do regime autoritário para o regime democrático, passou pelas crises políticas dos anos 90 até chegar ao cenário atual. “Em momentos como este é indispensável que os advogados se mobilizem a favor dos direitos e das garantias fundamentais. Nesta empreitada é preciso lembrar que o advogado é o único profissional que deve enfrentar o poder. Afinal, é preciso demonstrar a cada dia, assim como afirmou Sobral Pinto, que a advocacia não é profissão para covardes”.

Ao encerrar a conferência, Juliano Costa Couto, presidente da OAB/DF, declarou que espera que os que participaram desta Conferência tenham se beneficiado muito das explanações e saiam melhores do que entraram. Por fim, o presidente questionou até onde poderia um profissional da advocacia ser interpelado numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que questionará fatos que ele não pode revelar por ética profissional. “A criminalização da advocacia está mais intensa”, observou.

Ao final da Conferência, a conselheira federal Carolina Petrarca, o ex-ministro Ilmar Galvão e o ex-ministro Sepúlveda Pertence foram homenageados pelo incansável trabalho desenvolvido em prol da Justiça Brasileira e em defesa do Estado democrático de Direito. Compuseram a mesa de encerramento, a conselheira da OAB/DF e vice-presidente da Comissão de Tecnologia da Informação do Conselho Federal da OAB, Hellen Falcão; o ex-conselheiro federal, Evandro Pertence e o presidente da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante (CAAI), Tiago Santana.

Acompanhe nossas publicações no site, Instagram – @oabdf – e Facebook – @ordemdosadvogadosdf. Confira as matérias sobre a Conferência:

– Com auditório lotado, OAB/DF abre IX Conferência da Advocacia;

– PJe é tema de debate na Conferência da Advocacia do DF;

– Compliance é debatido na Conferência da Advocacia;

– Conferência discute inteligência artificial e mercado de trabalho;

– IX Conferência da Advocacia: Direito ao esquecimento;

– Mediação como nova perspectiva na advocacia;

– Advocacia no Conselho Nacional de Justiça;

A IX Conferência da Advocacia é uma realização da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal, em parceria com a Escola Superior da Advocacia do DF e com a Caixa de Assistência dos Advogados. Os patrocinadores do evento foram Adhara Veículos e UNICEUB.

 

Usucapião extrajudicial é tema de debate na Seccional

A extrajudicialização da usucapião é uma das novidades trazidas pelo novo Código de Processo Civil. Para esclarecer estas inovações, a Seccional do DF trouxe, nesta semana, o tabelião do Cartório do 2° Ofício de notas, registro civil, títulos e documentos, protesto de títulos e pessoas jurídicas do DF, Geraldo Felipe de Souto Silva, e a registradora de imóveis do 8° ofício de registros de imóveis do DF, Fernanda Loures de Oliveira, para debater sobre a eficácia jurídica destas mudanças.

Cleber Lopes, secretário-geral adjunto da OAB/DF, observou que a possibilidade de se fazer o usucapião sem a intervenção do Poder Judiciário colabora com a diminuição do volume de demanda e traz celeridade ao sistema. “Se eu posso fazer uma ação de usucapião no próprio cartório, estou evitando abarrotar o Poder Judiciário e permitindo que outras demandas possam ser analisadas, desafogando assim o poder que já está muito sobrecarregado”.

Para presidente da Comissão de Direito Notarial e de Registros Públicos, Polyana Mendes Mota, “a parte deve, necessariamente, estar assistida por um advogado, em decorrência da complexidade do ato postulatório. O procedimento da usucapião extrajudicial é instruído com a ata notarial. O notário ou seu preposto deverá se deslocar até o imóvel e lá poderá verificar a exteriorização da posse, diante das circunstâncias do caso”.

Janine Massuda, presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico, considerou as palestras ricas e detalhadas sobre os procedimentos necessários para o reconhecimento da usucapião extrajudicial. “A importância do advogado do início ao fim do procedimento, tanto junto ao cartório de notas, onde será lavrada a ata notarial, quanto ao cartório de registro de imóveis, onde se efetivará o reconhecimento da usucapião extrajudicial, foi muito bem explicada”, afirma.

O tabelião do Cartório do 2° Ofício de notas, registro civil, títulos e documentos, protesto de títulos e pessoas jurídicas do DF, Geraldo Felipe de Souto Silva, trouxe três quesitos importantes para o advogado: o plano da existência, da validade e da eficácia da ata notarial para fins de usucapião extrajudicial. “Com a alteração legislativa caiu por terra o requisito de anuência do proprietário e igualou-se com a usucapião judicial, o que tornou possível a eficácia de usucapião nos cartórios”.

Por fim, Fernanda Loures de Oliveira, registradora de imóveis do 8° ofício de registros de imóveis do DF, explicou a prática de registro de imóveis e como se dará o procedimento no âmbito da serventia registral. Fernanda falou também quais são os documentos, os procedimentos, os legitimados ativos e passivos e como o registrador se porta perante o procedimento de usucapião extrajudicial. “Um ponto muito importante é a questão da desjudioficialização. O nosso Judiciário hoje tem uma taxa aproximada de 73% de congestionamento bruto e mais de 74 milhões de processos, só em 2016. É necessário aumentar as atribuições do extrajudicial para que a gente possa ter celeridade nos procedimentos como a usucapião, que é importante para a economia” concluiu.

Advocacia no Conselho Nacional de Justiça

A atuação da advocacia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi um dos temas tratados, nesta quinta-feira (21), durante a IX Conferência da Advocacia do DF, na sede do Conselho Federal da OAB.

A vice-presidente da OAB/DF, Daniela Teixeira, presidiu a mesa do sexto painel e ressaltou a importância do Conselho Nacional de Justiça para o bom andamento dos trabalhos jurídicos. “Precisamos muito do CNJ para que os advogados brasileiros consigam trabalhar bem e lidem da melhor maneira possível com as novas tecnologias. O Conselho é um dos órgãos que conseguem regular inovações digitais e limitar até que ponto é correto uso da tecnologia”, pondera.

André Godinho, conselheiro do CNJ, fez um apanhado rápido sobre as informações do Conselho e do sistema de Plenário Virtual. “Hoje temos dados concretos que traçam um diagnóstico muito claro de quantos processos estão em curso, quantos processos saem por ano, quais são os orçamentos disponibilizados e várias outras informações sobre os plenários virtuais do DF”, afirmou. “Esse sistema de plenário virtual me parece positivo, a gente deve trabalhar com os Tribunais que usam este sistema”, observa.

Valdetário Monteiro, conselheiro federal da OAB e representante institucional da OAB no CNJ, afirma que o maior papel do Conselho é concatenar e unificar as informações de modo que o poder Judiciário chegue até o cidadão. “Não se preocupem com a virtualização do judiciário. Ela tirará muitos empregos, mas jamais acabará com a profissão do advogado, porque há coisas no ser humano que só outros seres humanos podem compreender. A prova disso é que na virtualização da justiça tem um magistrado olhando para a tela para avaliar aquele sofrimento e encontrar uma resposta através de uma sentença, ou de um acordo ou de uma liminar. Nós sempre seremos necessários para que essa justiça chegue ao cidadão”, pontuou.

Por fim, Matheus Sanches Salles, membro da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante (CAAI), observou que a conferência foi de fundamental importância para desmistificar a participação da advocacia no CNJ. “Grandes são os desafios que nós temos visto diante do mundo digital, mas é sempre muito bom saber mais sobre este assunto”, afirmou.

Ainda neste painel o ministro Ilmar Nascimento Galvão foi homenageado pelo incansável trabalho desenvolvido em prol da Justiça Brasileira e em defesa do Estado democrático de Direito. O ministro compartilhou um pouco de sua trajetória e se disse lisonjeado com o ato. “Essa homenagem é um gesto que nos comove. Eu só tenho que agradecer e dizer que essa homenagem vai ficar para sempre gravada na minha memória, na memória da minha esposa e dos meus filhos”.

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Mediação como nova perspectiva na advocacia

A mediação como instrumento de conciliação foi um dos temas tratados, nesta quinta-feira (21), na IX Conferência da Advocacia do Distrito Federal, na sede do Conselho Federal da OAB. A Seccional da OAB do Distrito Federal realiza o evento nestas quarta e quinta-feira (21).

Severino Cajazeiras, conselheiro federal, presidiu a mesa do evento e observou que a mediação é essencial para desafogar o Judiciário. Além disso, Cajazeiras ressaltou que “a mediação ajuda muito as partes, que são colocadas frente a frente para que juntos consigam chegar a uma conclusão comum e ter resultados benéficos para ambos os lados”.

Flávia Brandão Maia, conselheira Federal pelo Estado do Espírito Santo e presidente da Comissão de Direito das Famílias e Sucessões do Conselho Federal da OAB, tratou da questão da família e da mediação. “Nós passamos a vivenciar outra forma de integração dessas pessoas dentro do núcleo familiar. Aumenta hoje o número de divórcio e separações. A família como um todo se tornou belicosa, e sendo belicosa trouxe para dentro do Direito de Família algo que nós temos que tratar. Surge neste momento além da lei material, que já conhecemos, a mediação dentro do Direito de Família”, afirmou. “A advocacia de família do futuro nos leva a crer que todos os escritórios de sucesso terão que ter um espaço para a mediação”, finalizou Flávia.

Para explicar o uso combinado da tecnologia com as formas adequadas à resolução de conflitos em meio virtual, Online Dispute Resolution, o advogado, mediador e membro da Comissão Especial de Mediação, Eduardo Machado Dias, trouxe sua experiência. Entre as vantagens de utilizar a mediação e a conciliação no meio online estão a acessibilidade, economia e a celeridade do processo. “Porque não resolver em minutos ou até em dias, conversando online”, questionou. “Não é racional o modelo atual. E a tecnologia está aí para ser usada. São milhares de casos que são resolvidos hoje por meio da mediação online. A ferramenta online dispute resolution traz escalas”, destacou Dias.

Para Filipe Bianchini, secretário-geral da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante (CAAI), “a gente sai da faculdade achando que tudo é litigioso. Nós trabalhamos muito no sentido de demonstrar que o cliente quer a briga judicial, mas o objetivo dele é a resolução do problema que ele tem. Cabe ao advogado identificar a melhor solução e, muitas das vezes, o litígio não é a melhor”.

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IX Conferência da Advocacia: Direito ao esquecimento

O quarto painel da IX Conferência da Advocacia tratou sobre o Direito ao Esquecimento, onde os palestrantes convidados puderam dividir seu conhecimento com o público, na tarde desta quinta-feira (21). Presidiu a mesa o secretário-geral da CAADF, Maxmiliam Patriota, que se disse muito honrado. “Estamos aqui hoje recebendo diversos especialistas em Direito ao Esquecimento para rediscutir um instituto que já existe há muito tempo mas, com o avanço tecnológico dos últimos anos, precisa ser analisado sob novos pontos de vista”.

O membro da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da OAB, Eduardo Mendonça, dividiu sua experiência acadêmica, conceituando o direito ao esquecimento. “O Direito ao Esquecimento tem como objeto a ideia de que a informação verdadeira, naturalmente verdadeira, sendo pesquisada, não é considerada pelo seu teor inválida. Mas que pela passagem do tempo teria de alguma forma perdido a sua relevância a ponto de justificar que alguém tenha uma pretensão legítima de dificultar o acesso a essa informação.” Esse conceito é utilizado para a remoção de conteúdo verdadeiro, que não era ilícito quando produzido, mas que perdeu sua temporalidade.

Mendonça indagou ainda sobre o poder de decisão que é concedido ao Poder Público em julgar esta decisão. “Não se trata de proibir que o Judiciário coíba o discurso que se considera ofensivo. A questão é se o Judiciário deve ter um poder editorial, de dizer aquilo que era verdadeiro e perfeitamente lícito. Essa é a sintonia fina que me parece incompatível com a própria ideia de liberdade de expressão e de informação, mesmo quando bem intencionada”, concluiu.

A conselheira Federal da OAB, Luciana Nepomuceno, afirmou que, hoje em dia, vivemos na era da pós verdade, “somos bombardeados por inúmeras notícias que ocasionam a informação maciça de dados, onde as plataformas eternizam tal acontecimento”. E, que “não existe na legislação brasileira normas específicas sobre a censura”.

O advogado especializado em direito digital, Fabrício Mota, agradeceu a oportunidade de estar na bancada e discorreu sob a ótica da tecnologia. “A tecnologia avança no sentido de se tornar cada vez mais aderente ao nosso cotidiano, mas ela se cria com o intuito de ser esquecida”, afirmou ele ao completar que a tecnologia vive se recriando.

Para Mota, os crimes contra a honra talvez sejam mais numerosos em função das tecnologias de informação. “Ao tempo em que nós somos mais usuários e ficamos deslumbrados com a tecnologia, nós pensamos menos nas consequências e eventualmente no consumo dessas tecnologias”.

Por fim, o secretário-geral adjunto da comissão de apoio ao advogado iniciante, Lucas Azoubel, argumentou que o tema não é tratado na universidade, mas nem por isso é menos importante. E encerrou dizendo que é preciso impor um limite sobre o uso da tecnologia e da imagem.

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Conferência discute inteligência artificial e mercado de trabalho

Para discutir a inteligência artificial e o mercado de trabalho, a Seccional da OAB do Distrito Federal recebeu na IX Conferência da Advocacia, nesta quinta-feira (21), a sua ex-presidente, Estefânia Viveiros, e o doutor em direito pela Universidade de Brasília, Ricardo Fernandes. Programação. 

Cleber Lopes, secretário-geral adjunto da OAB/DF, presidiu a mesa do evento. Ao comentar as inovações tecnológicas, que são uma realidade hoje em dia, observou que “o novo, em um primeiro momento, incomoda, até que se torna necessário para determinadas transformações”.

Estefânia Viveiros, ex-presidente da Seccional e doutora em Direito Processual Civil, falou sobre o novo CPC e o mercado de trabalho. Ela comentou que hoje o país tem mais de 1 milhão de advogados e que a crise, infelizmente, também chegou à advocacia. “Para quem tem talento e está preparado, sempre vai existir espaço no mercado de trabalho. Talvez, neste momento de crise, a gente precise trabalhar mais e ganhar menos. Vamos aproveitar o que tem de melhor no novo CPC”, disse ela ao citar os novos instrumentos de conciliação, mediação, entre outros.

Ricardo Fernandes, pós-doutor em Legal Informatics por Stanford, contou sobre sua experiência e falou sobre a inteligência artificial na advocacia. Por ter participado de centros inovadores que aliam a tecnologia ao Direito, como Berkeley, Fernandes comentou os desafios da advocacia no meio tecnológico, e trouxe a tona discussão sobre as aplicações de inteligência artificial no mercado jurídico. Segundo ele, “há diversas aplicações de aprendizagem de máquina que serão instrumentos que ajudarão os advogados a visualizaram processos e julgamentos [analytics] ou a pesquisar uma gama muito grande de doutrina e jurisprudência [legal research]”.

Também compôs a mesa do evento a vice-presidente da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante, Marina Gondin. “Dada a densidade da palestra, uma das coisas que eu observei é como devemos nos reinventar no mercado de trabalho e como a inteligência artificial nos traz novas ferramentas. Temos que ser cada vez mais empreendedores, criativos e nos apoiar nos ombros de gigantes”, disse ela ao agradecer o apoio da Seccional aos jovens advogados.  

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Compliance é debatido na Conferência da Advocacia

O segundo painel da IX Conferência da Advocacia do Distrito Federal, que ocorre na sede do Conselho Federal da OAB, nesta quinta-feira (21), tratou do Compliance Corporativo com uso de Tecnologia. Compliance significa um conjunto de normas legais e regulamentares estabelecidas para um negócio ou empresa. Muito se diz que o programa é voltado ao combate à corrupção. Programação. 

O painel foi presidido pelo conselheiro federal Severino Cajazeiras, que parabenizou a diretoria da Seccional pela escolha do tema da conferência. “O tema é atual e importante porque hoje nós temos 80% da OAB constituída de jovens advogadas e advogados”.

 Alexandre Rocha Pinheiro, especialista em Direito Administrativo e Processo Administrativo pela Universidade Cândido Mendes, diretor Jurídico e Compliance Officer do Grupo SONDA no Brasil, trouxe a tona a discussão sobre a importância da atualização. “A tecnologia é algo que inerentemente faz parte das nossas vidas. A tecnologia já está na nossa vida profissional. A realidade da tecnologia está mais presente e avançada do que podemos imaginar. Cada ano de tecnologia pode ser comparado a 10 anos de evolução humana, se estivermos acompanhando e atentos”, afirmou. “Compliance passou a ser mais utilizado com viés ético do que com viés de normas jurídicas”, completou Pinheiro.  

Em seguida, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, advogado-geral da União Substituto, tratou da Compliance na Administração Pública. “Hoje verificamos que para a empresa acaba sendo interessante ser íntegra, porque evita punições por parte do poder público, em segundo lugar vai facilitar seu ambiente de negócios, e em terceiro lugar a empresa tem seu capital social, de forma que ter um programa de Compliance pode ser bastante útil”, disse. “A corrupção acaba sendo algo que vem a prejudicar não só o ambiente de mercado, mas o Estado democrático de Direito, verificamos isso pelo passado recente do país”, concluiu. 

Anna Carolina Dantas, membro da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante, destacou que de fato a implementação dos programas de compliance tanto no privado quanto no público é necessária. “Trazer este tema de grande relevância aqui para a conferência demonstra que a Ordem dos Advogados do Brasil está empenhada no combate à corrupção e na preservação da ética e da moral”.

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PJe é tema de debate na Conferência da Advocacia do DF

Para debater o Processo Judicial Eletrônico (PJe) a OAB/DF realizou, nesta quinta-feira (21), um painel sobre o tema na IX Conferência da Advocacia do Distrito Federal. O presidente da mesa, secretário-geral da OAB/DF, Jacques Veloso, disse que hoje o PJe está mais adaptado à advocacia.

“Nosso PJe continua publicando intimações o que não acontece em vários estados. Isso é fruto do esforço da Dra Hellen e do Dr Rostirola, que sempre tiveram sensibilidade de fazer com firmeza, mas com muito cuidado essa transição”. Programação. 

Flávio Rostirola, desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), também presidente do Comitê Gestor do PJe junto à Corte. Ele falou que é fundamental que a advocacia se adapte ao PJe. “Hoje há uma operacionalidade de 52% pelo Processo Judicial Eletrônico, que vamos substituir lenta e gradualmente. Todos os óbices que tivermos serão sempre discutidos no âmbito do Comitê gestor do PJE”, disse ao finalizar: “não temos como retroceder”.

Hellen Falcão, conselheira da OAB/DF e vice-presidente da Comissão de Tecnologia da Informação do Conselho Federal da OAB, iniciou sua fala com um agradecimento ao desembargador Rostirola por tudo o que ele tem feito pelo PJe no Distrito Federal.  “O advogado teve que se adequar entre o Latim e o Java, não tem sido fácil, mas como fruto de muito esforço está bem melhor do que foi há cerca de três anos. A pretensão da palestra foi mostrar o modelo nacional de interoperabilidade, MNI, portal no qual, através de único sistema, os advogados possam peticionar em vários sistemas”.

Gabriela Lúcio Leal, membro da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante, encerrou a palestra agradecendo aos presentes pela palestra e ensinamentos.

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